Não sei ao certo como tudo começou, para ser sincera, me perdi em alguns momentos. Não no sentido exato de tudo, mas no dia em que olhei aqueles lindos olhos castanhos. Me perdi no jeito doce de conversar, me perdi na maneira de andar, me perdi no tempo, de me encontrar.
Me perdi com aquele lindo rosto, e, corpo é claro. Mas, em geral, me perdi naquela tarde. Na verdade, é só isso que sei, que lembro que senti. O resto fui obrigada a esquecer, a fazer de conta que não vivi nem senti. Fui, e sou, obrigada em aceitar que o antes fora sonho, e o hoje, é realidade. Tive que aceitar, e me conformar com a triste maneira em acordar, andar e não te amar.
Passei a escrever palavras sem sentido, sem porque, ou, para quem… me vi presa em um tempo não mais possível de se viver, em um alguém que me encontrou, me mudou e me abandonou. Tive que compreender que nem tudo é sonho, às vezes caímos e acordamos, e tudo passa a não mais existir.
Talvez, eu ainda me encontre – perdida na minha própria imensidão, talvez eu nunca mais encontre a porta de saída, talvez eu continue escrevendo coisas sem sentido… talvez eu ainda viva no passado – um tempo perdido… talvez eu ainda viva em um tempo morto, por um sentimento não mais vivido.